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sábado, 7 de maio de 2011

Esse que eu hei de amar…



Esse que eu hei de amar perdidamente um dia
será tão louro, e claro, e vagaroso, e belo,
que eu pensarei que é o sol que vem, pela janela,
trazer luz e calor a essa alma escura e fria.

E quando ele passar, tudo o que eu não sentia
da vida há de acordar no coração, que vela…

E ele irá como o sol, e eu irei atrás dele
como sombra feliz… — Tudo isso eu me dizia,

quando alguém me chamou. Olhei: um vulto louro,
e claro, e vagaroso, e belo, na luz de ouro
do poente, me dizia adeus, como um sol triste…

E falou-me de longe: "Eu passei a teu lado,
mas ias tão perdida em teu sonho dourado,
minha pobre sonhadora, que nem sequer me viste!"


-Guilherme de Almeida

ps: com uma pequena adaptação

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